um desafio empolgante " 16
Em 2010 ( já???!!!), participei, com alguns colegas, numa experiência que jamais pensaria passar: fazer a via ferrata e outras modalidades radicais no Parque Diver Lanhoso.
No caso da via ferrata era fora do parque visto que esta constava em subir e descer o Castelo da Póvoa de Lanhoso.
Quando nos dirigimos para o local da via ferrata, não queria acreditar no que via: íamos subir a rocha.
Mostraram e explicaram os materiais que íamos usar para a subida. Formaram-se dois ou três grupos, o primeiro,o guia, orientava os outros que estavam atrás, todos ligados pelas cordas.
Não podia falhar um pé deste ou do outro que se seguia, porque a acontecer, todos caíam. E os primeiros aventureiros começaram a subida. O "meu" grupo era o último e neste, eu era a segunda.
Enquanto tive os pés assentes em terra, senti-me confiante, mas quando comecei a ver o quão estreito era o terreno e a altura a que se encontravam alguns dos apoios dos pés, pensei que não iria conseguir.
No primeiro obstáculo tive a ajuda de um colega. Baixa que sou, as minhas pernas não conseguiam alcançar o apoio.
E a partir daqui, a coisa complicou-se, mas tive de me valer da minha confiança, segurança, e vontade em vencer o desafio,porque quem estava atrás de mim precisava da minha segurança.
Não podia temer nem vacilar. Não olhava para trás. Ora subindo, ora caminhando, primeiro o pé esquerdo, depois o direito, mosquetão preso, uma mão nas cordas, outras nos apoios, alguns destes mais distanciados, obrigavam-me a um esforço, concentração e equilíbrio dobrados pois, uma falha minha, poderia levar a que batesse com o corpo na pedra e/ou caísse. Tinha de manter a distância de 3 metros em relação à pessoa que ia à minha frente e do que vinha atrás de mim. Por isso, vacilar, nunca!
E, por vezes, embora segura de mim, dizia para o meu colega: "nas que me meti! Agora, L, aguenta, não podes voltar atrás".
E o meu companheiro do lado direito dizia: "voltar atrás não é possível".
E cheguei ao cimo da rocha, segura, tranquila, vencedora. Aliás,todos. Porque quem me seguia confiou em mim.E no cimo da rocha, sentimo-nos os conquistadores deste empolgante desafio.
(Este texto foi escrito algures num post do desafio dos pássaros)